sábado, 5 de março de 2011

Casa de 175 m² custou apenas R$ 100 mil


Pesquisa na ponta do lápis e planejamento minucioso foram as chaves para que a família gaúcha saísse do apartamento alugado diretamente para a casa de 175 m² feita em apenas seis meses, com orçamento de R$ 100 mil. Confira uma casa feita de materiais recicláveis nos EUA e uma casa econômica que soube aproveitar o espaço de um pequeno lote.





Quando o proprietário requisitou o apartamento alugado, o casal Giancarlo Gasparotto e Cristina Goulart percebeu que era o momento de investir na construção da casa própria. O terreno para isso já existia: com 200 m² e localizado na zona norte de Porto Alegre, custou R$ 28 mil em 2006. Eles tinham também um apartamento de um quarto, onde viveram até a chegada dos filhos: Lucca, 10 anos, Maria Julia, 8 anos, e Laura, 3 anos. “Decidimos vender esse imóvel para aplicar na obra. Porém, notamos que os R$ 80 mil obtidos seriam insuficientes para a casa do tamanho desejado”, conta Giancarlo, que é arquiteto. Fizeram, então, um extenso levantamento de custos de materiais e mão de obra, além de um plano de voo detalhado. “Cálculos minuciosos mostraram que economizaríamos uma boa quantia se as paredes não fossem rebocadas nem pintadas, mas apenas caiadas”, diz. Essas e outras soluções econômicas foram agregadas ao projeto, criado por Giancarlo, enquanto o casal juntava mais R$ 20 mil. “Começamos a empreitada sem nos desviar da programação. Em seis meses, já estávamos nos mudando para a casa nova, de 175 m²”, completa ele. A obra, finalizada em maio de 2009, saiu por R$ 571 o m², bem abaixo do Índice A&C daquele mês, que previa o valor de R$ 996,26 o m² para construções de padrão simples no Sul do Brasil.


Exceto pelas duas paredes simples de alvenaria que apoiam a escada, as divisórias internas restantes foram feitas com OSB – painéis de tiras de madeira unidas por resina (Madeireira Mazon). Nos banheiros, as placas escondem os encanamentos.


Da sala, no primeiro meio-nível da casa, veem-se os três lances de escada, que levam aos outros andares. Para cima, há o quarto do casal e mais ao alto o dos filhos. Quem desce chega ao térreo, ocupado por garagem e área de serviço.


Contígua à sala, a cozinha se abre para o quintal, onde há um pergolado de 10 m² feito com sobras de madeira. As portas de correr de vidro (Rei das Aberturas) levam luminosidade e ventilação para a área social, já que não há esquadrias nas laterais.



Dividida em quatro meios-níveis, a casa se adapta à condição do terreno, além de aproveitar a largura do lote. Quem chega passa por um corredor que leva ao primeiro lance de escada (divisórias separam a área da garagem).

ECONOMIA:

1. Implantação - Para evitar gastos com movimentos de terra, buscou-se manter a topografia original do terreno. Houve apenas dois pequenos cortes, e a casa se ergue em quatro meios-níveis.
2. Estrutura - Nada de lajes: os entrepisos foram estruturados com caibros de madeira de lei. Assim, a carga da construção foi reduzida e dispensou fundações mais profundas.
3. Revestimentos - Piso, forro, paredes e fachada ganharam revestimento de assoalho de eucalipto reflorestado, protegido com stain fungicida à base de água (Madeireira Jaquirana). “Descobrimos uma madeireira próxima que vendia essa madeira por um preço bem acessível, e assim evitamos mais gastos com transporte. A escolha de um mesmo material também facilitou o andamento obra e não gerou sobras”, fala o arquiteto.
4. Alvenaria - As paredes laterais, nas divisas do terreno, são de tijolos maciços comuns. Duplas, elas têm função estrutural. Internamente, outras duas apoiam a escada. As superfícies foram apenas caiadas. “Economizamos água, areia, tinta e mão de obra.”
5. Elétrica - Giancarlo deixou aparentes as instalações elétricas: “Apesar de ter gasto mais com os materiais, reduzi o tempo da obra, uma vez que o eletricista pôde trabalhar assim que as paredes e os pisos estavam prontos”.
6. Hidráulica - O arquiteto tirou licença de um mês e meio do trabalho para administrar a construção mais de perto. Nesse período, ele mesmo fez as instalações hidráulicas. “Cheguei a contratar duas empresas para o serviço, mas nenhuma cumpriu os prazos. Como não queria atrasos, decidi colocar a mão na massa.”
7. Telhado - É composto de telhas de fibra sintética reaproveitadas (Lifer Fibrotelhas). “Feitas com material de telhas de fibra antigas, saem mais em conta”, fala Giancarlo. Como deixam passar uma boa dose de luminosidade, o arquiteto aproveitou para fazer alguns cortes no forro e formar claraboias – tampadas com chapas de acrílico.

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