terça-feira, 26 de abril de 2011

ARQBest-Artigo | Arquitetura corporativa

Arquitetura Corporativa: da compreensão do cliente à execução da obra

Por: Arq. Fabio Rocha / Sílvia Rocha 

Muitos especialistas discutem a idéia de que “os clientes não são todos iguais”. A principal identificação, dizem alguns, refere-se ao perfil psicológico, sobre a forma como o outro estabelece contato (os conhecidos tipos “auditivo”, “visual” e “cinestésico”). Mas será que pára por aí? Basta saber como o cliente se comunica para prestar um bom serviço a ele? Eu acredito que este seja só o começo!




Na Arquitetura Corporativa, por exemplo, é necessário muito mais do que apenas conhecer o modo de se relacionar da pessoa que o contratou. É preciso conhecer profundamente a empresa que o contratou... Esta é uma discussão muito mais abrangente, pois empresas são feitas de valores, missões, expectativas futuras. Empresas são feitas de planejamento financeiro, métodos, operações e organogramas. E, sobretudo, empresas são feitas de pessoas! E as pessoas são diferentes e possuem necessidades e interesses diferentes! 

Desenvolver projetos e executar obras comerciais (de construção ou reforma) é um grande desafio, e o profissional contratado precisa estar qualificado a, antes de qualquer coisa, ouvir muito. Convocar os envolvidos (geralmente os gestores) e perguntar sobre suas expectativas é o primeiro passo. É claro que poderão ocorrer conflitos de interesses, um ou outro querendo um pouquinho mais de vantagens para sua área, mas nesta hora o arquiteto ou engenheiro deverá atuar como mediador e defender o que seja melhor para a empresa. 

Por isso, além de conhecer as pessoas que ali trabalham, seus nomes, seus cargos, suas qualidades e defeitos, é fundamental saber “de onde veio e para onde quer ir” tal organização. E envolver os colaboradores nas ações que levarão a esta direção. 

A definição do líder do projeto (na empresa) costuma ser o ponto de partida dos trabalhos. Ele é quem fará a ponte entre o escritório de arquitetura e as áreas técnicas da contratante. Tal profissional deverá acompanhar, junto ao arquiteto, as constantes análises dos cronogramas executivo e financeiro, a fim de evitar contratempos. 


Informar ao cliente, por meio do líder, as principais decisões ou necessidades de alterações durante a obra é fundamental para o êxito do trabalho (efetuar correções não deve ferir o ego de ninguém!). Se o cliente tiver de ser surpreendido, que seja no cumprimento de prazos e na perfeita execução dos projetos idealizados. 

Bastante diferente do cliente residencial, cujo perfil geral solicita uma atenção maior em relação aos aspectos emocionais, comportamentais e culturais, o cliente corporativo tem as expectativas voltadas para produtividade, atenção às normas técnicas e leis, imagem corporativa e, principalmente, resultados e lucratividade. 

O escritório de arquitetura contratado para atender este público deve ter em mente que o cumprimento de prazos e planilhas orçamentárias é premissa básica! Exceder um cronograma pode significar prejuízos enormes ao empresário, e seguramente isso não o deixará contente. É claro que também deve haver esse cuidado com o cliente residencial, mas em geral as dimensões das perdas são bem diferentes. 


A obra em si normalmente ocorre em horários noturnos, finais de semana e feriados, o que exige uma equipe muito qualificada e preparada para resolver imprevistos, pois nesses dias e horários geralmente não há opções de retaguarda, para compra de materiais por exemplo. 

A intenção é não atrapalhar, de forma alguma, o bom funcionamento do negócio, e neste caso o gerenciador deve atuar bem próximo aos executores, para garantir os bons resultados. 

Ao projetar espaços corporativos, o arquiteto deverá entender o negócio de uma maneira ampla, porém conhecendo detalhadamente a situação de trabalho em que cada usuário, ou equipe, está inserido, de forma que compreenda todos os processos físicos e mentais envolvidos. 

E deve ter em mente a satisfação tanto do usuário quanto do empresário ou executivo. 

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