domingo, 5 de fevereiro de 2012

ARQBest-Interiores | A CASA DA ANTIQUÁRIA FLORENCE LOPEZ !

Impulsiva, receptiva e generosa, a antiquária Florence Lopez vive o dia a dia de sua profissão à flor da pele. Ela capta o ar do tempo por meio das cores, das formas e dos materiais e combina tudo isso segundo sua sensibilidade. Sua relação com o gênero humano é baseada nos mesmos princípios: ela sente e ama (ou não), doando de si mesma sem fazer conta, na esperança de receber o mesmo tratamento.
Seria como dizer que, uma vez na presença de Florence, não se está navegando em mar calmo ou voando sob o comando de um piloto automático. Em seu apartamento-ateliê em Paris, os móveis e objetos são tratados como personagens reunidos por famílias, criando um diálogo entre eles que, volta e meia, a proprietária faz questão de suscitar, já que domina bem seus meandros.
Ela conhece seus autores, diverte-se ao contar a história de cada um e de cada peça. A antiquária seguramente prefere o universo do mobiliário a qualquer outro, e sua casa-estúdio é, sem dúvida, seu hábitat preferido. Aqui ela também recebe colecionadores, artistas e designers. Desses encontros, nascem interessantes projetos.
Um exemplo é Jean Cherqui, colecionador apaixonado que a apresentou a diversos artistas, entre eles, o argentino Gyula Kosice: uma de suas obras, um prisma em azul intenso, deu a Florence o impulso para transformar a decoração de seu espaço.
Há também o criador Thomas Lemut, junto do qual ela encontra móveis e luminárias em edições limitadas – algumas das peças são, inclusive, assinadas pelos dois. É de Lemut, por exemplo, a luminária de piso Vérin, que mescla latão, aço inox e cobre.
Igualmente, foi recomendado a Florence o escultor Fabrice Langlade, cujo trabalho poético ela admira. Traz a marca dele a escultura de silhuetas recortadas White Pattern, disposta na parede da sala, acima de extenso sofá norte-americano da década de 1940.
Incansável e seduzida pelo que faz, Florence Lopez refaz todos os anos o décor de sua morada, no coração de Saint-Germain-des-Prés, que é aberta aos aficionados do design (sob agendamento).
Nesta última versão, que lhe custou um bom tempo para ficar pronta, o fundo é uma paleta de azuis fortes combinada com um tom rosa hollywoodiano, à Dorothy Draper, nos aposentos principais. Os acessórios e o mobiliário, feito com curvas sensuais, pontuam o conjunto com suas belas assinaturas: de Angelo Lelli nas luminárias a Gio Ponti e Carlo Mollino nos móveis.
Trata-se de um belo endereço para visitar em Paris, como se fosse um museu vivo – no qual já estão incluídas as histórias apaixonadas da dona do lugar. (MARION BLEY)
* Matéria publicada em Casa Vogue #317


Fonte: CasaVogue

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