Além de ser uma das capitais mundiais do turismo, Paris já é referência por transformar áreas de convivência urbana em patrimônio sustentável. Isso porque 80% de escolas, hospitais, museus e edifícios comerciais e metade das habitações da cidade têm certificados “verdes”.
O tema da certificação de patrimônios públicos começou na década de 1990, quando o assunto sustentabilidade ainda não era tão debatido. Segundo reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”, foi criado na França, em 1996, uma das metodologias mais usadas para certificar construções civis pelo mundo, o High Quality Environmental standard (HQE). Para receber o certificado, que no Brasil atende pela sigla Aqua, é necessário seguir 14 critérios básicos de gestão, como ter um canteiro de obras de baixo impacto, fazer o manejo adequado da água, evitar transtorno no local de construção e minimizar o uso de energia.
Segundo a engenheira portuguesa Ana Cunha, da Qualitel, organização não-governamental responsável pela certificação de residências em Paris, a regra para aplicar a medida é não mudar as características principais do patrimônio existente. “Aproveita-se o que é atual sob o ponto de vista de eficiência e tenta-se substituir o que é obsoleto, interferindo o mínimo possível na estrutura. Na performance energética, é mais fácil não interferir. E reformas para melhora acústica podem ficar limitadas”, explica.
Ligado ao governo francês, o Centro Científico e Técnico de Construção (CSTB) avalia museus, hospitais, bibliotecas e prédios comerciais segundo critérios de engenharia de alta tecnologia para medir a qualidade de materiais e processos e fornecer os certificados. “A ideia é mensurar o desempenho ambiental de toda a malha urbana”, explica Julien Hans, chefe de Divisão Ambiental da CSTB e criador da base de dados sobre parâmetros ambientais aplicados a produtos da construção civil.
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