segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ARQBest-Artigos | Condôminos verdes por Ciro Scopel

A questão da sustentabilidade está cada vez mais inserida no dia a dia das empresas do setor imobiliário e dos condomínios. Nem poderia ser diferente. Afinal, a preocupação com o futuro das próximas gerações impõe que sejam adotadas, no presente, ações garantidoras desse futuro.

Entidades de classe, como o Secovi-SP, estão cada vez mais empenhadas em discutir o tema, instituindo espaços para alinhar as ações de suas várias áreas nesse campo, com objetivo de pesquisar, sistematizar, promover, divulgar, apoiar e reconhecer ações de sustentabilidade, conscientizando e incentivando suas práticas pelas categorias econômicas representadas pela entidade.

Por essa razão, no caso do Secovi-SP, estudos estão sendo desenvolvidos de maneira integrada com a área de Administração Imobiliária e Condomínios, no sentido de identificar formas de incrementar os trabalhos que já vêm sendo realizados, como os manuais sobre uso racional de água e energia, coleta seletiva de lixo, etc.

Aliás, há uma preocupação adicional em relação aos empreendimentos já ocupados. Até porque, segundo estimativas, mais de 80% do impacto ambiental não se dá na produção dos condomínios, mas sim na sua utilização.

É certo que o mercado incorporador e construtor deve consultar as administradoras para produzir empreendimentos que, desde o projeto, contemplem aspectos relativos à questão ambiental. Prever espaços para coleta seletiva, captação e reuso da água da chuva, energia solar (quando e onde isso for possível), o máximo em ventilação e iluminação naturais e individualização do consumo de água são exemplos de providências que devem ser contempladas.

Igualmente, os condomínios já instalados e ocupados podem e devem estudar, em conjunto com as respectivas administradoras, a adoção de práticas sustentáveis. Onde for possível e economicamente viável (sim, porque sustentabilidade é formada pelo tripé meio ambiente, responsabilidade social e economia), é recomendável a instalação de hidrômetros por unidade. E há uma série de outras medidas que podem ser analisadas caso a caso, considerando-se as características do condomínio e a capacidade de pagamento de seus moradores.

Uma coisa, porém, é certa: de nada adianta projetar ou adaptar empreendimentos às premissas da sustentabilidade se seus usuários não tiverem consciência de seu papel. Mais que condomínios verdes, o que precisamos é de condôminos verdes, devidamente comprometidos com a questão da sustentabilidade. Consciência e atitude. Isto é o que o planeta precisa para se manter vivo.

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